25 de novembro de 2012
Desgoverno
LENILSON OLIVEIRA
Salários dos funcionários com vários meses de atraso, débitos com fornecedores dados por esquecidos, situação de abandono administrativo em setores essenciais como saúde, educação, agricultura, urbanismo e limpeza pública…
Estes e outros pontos, alinhavados, misturados, somados, configuram-se no caos em que municípios brasileiros, sobretudo os pequenos e médios, fincados nos torrões sertanejos, esquecidos por autoridades maiores, são testemunhas a cada final de gestão, quase sem exceção.
Parece mesmo ser sina, todo final de governo virar desgoverno, pelo que a mídia noticia diariamente, denunciando maus gestores – muitos pelo fato de não haverem logrado êxito nos seus projetos de reeleição ou de sucessão na Prefeitura, deitando por terra maiores sonhos políticos no futuro.
Estão por toda parte prefeitos que, além de não temerem a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e outros instrumentos legais de contenção, enfrentamento e punição dos seus atos ou omissão deles, como ações populares junto ao Ministério Público, fiscalização do Poder Legislativo, relegando população e município à própria sorte.
Cabe, então, à população eleitora, reagir ao descaso imposto por seus agentes políticos quando dos próximos pleitos municipais – ou mesmo estaduais, quando estes poderão ser candidatos ou apoiarem a terceiros.
O célebre pronunciamento atribuído ao ex-presidente francês Charles de Gaulle, general e um dos personagens políticos mais importantes do Europa no século 20, e que morreu negando ter dito que “O Brasil não é um país sério”, mais do que nunca se aplica ao “país do futebol e do carnaval”, não obstante um ou outro paladino da justiça vez por outra acenda um lampejo de esperança de que tudo poderá tomar um rumo diferente, impondo punições.
Com a consciência de que este artigo é atemporal – atual no passado, no presente e no futuro, não citamos nomes de prefeitos ou municípios, ou mesmo datas – temos a certeza de que cada cidadão que tiver acesso a ele vai identificar de imediato um agente público que tenha causado transtornos administrativos e exercido verdadeiros desgovernos no apagar das luzes de suas gestões.
LENILSON OLIVEIRA É EDITOR DA REVISTA DESTAQUEPB
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