A arte imita a vida. O diretor Eliézer Rolim leva aos palcos do Theatro Santa Roza uma trágica história que aconteceu no próprio teatro. Há 112 anos o mágico John Balabrega e seu assistente Lui Bartelle morriam no palco em consequência de uma explosão com um projetor movido a querosene.
Do horror que se espalhou pela praça Pedro Américo, restou apenas o fato histórico no livro Santa Roza 120 anos, de Fátima Araújo e que agora vai à cena nesta montagem de Eliézer que assina o texto e a direção do espetáculo da Cia Siríus de Teatro, sob o nome Efemérico, com estréia nesta quarta-feira (14), às 20h, no mesmo local em que ocorreu a tragédia. O espetáculo fica em cartaz no Theatro Santo Roza até o dia 18 de novembro (domingo).
O texto Efemérico foi escrito quando Eliézer estava na França distante de seu grupo de teatro. Nele, o autor tenta traduzir a sensação de perda, morte e saudade de coisas passadas numa tentativa de valorizar as coisas verdadeiras como o presente, o sentimento do afeto e das amizades sinceras. Para isso se apóia numa narrativa fragmentada, descontínua. Sem um sentido aparente com cenas fragmentadas que ocorrem numa estação chuvosa no interior de um teatro quase abandonado permeado por fantasmas.
Tomando como personagem central o Jorge Nathan como aquele que sonha e não sabe exatamente o que é nem para onde vai, constrói um herói contemporâneo, uma alma perdida que se debate entre o delírio e o pesadelo de seus próprios fantasmas, compondo com seus pensamentos e ações um texto pós-dramático em que a descontinuidade, repetição e a fragmentação são partes integrantes da narrativa.
Efemérico é um texto metateatral tendo como pano de fundo a morte trágica do mágico Jau Balabrega e seu assistente no inicio do século XX, o texto se debruça sobre o tema do teatro, o ato de representar, o abandono do Teatro Santa Roza e principalmente coloca o próprio ato da existência humana como um representação metafísica teatral.
O espetáculo Efemérico
Aqui, o tempo é o dos sonhos. A eterna bruma entre o consciente e inconsciente. Um lugar outro, uma dimensão fora do habitual onde tudo acontece muito rápido e nebuloso. O espetáculo trabalha com o imaginário da morte e da transcendência das coisas impermanentes como a vida, a bolha de sabão, o ato de viajar e os acontecimentos inesperados.
Partindo de coisas reais como o Teatro Santa Roza e seu abandono, o espetáculo faz uma homenagem a dois antigos funcionários do teatro, Waldemar Dornelas e a camareira Celina como os únicos personagens vivos e através deles se desenvolve uma narrativa descontínua e fragmentada como um caleidoscópio imagético.
Sinopse
Jorge Nathan foi ator na sua juventude e um dia andando pelo centro da cidade de João Pessoa entra no Teatro Santa Roza escapando de uma forte chuva. Ao entrar encontra dois funcionários que o avisam que o teatro está fechado para reforma.
Nathan consegue convencê-los a visitar e se perde entre as cochias, entrando em outra dimensão onde o sonho, a vida e a morte se encontram num mesmo palco com fantasmas, marionetes e lembranças, compondo um tempo distante e histórico do ano de 1900, quando o mágico Jau Balabrega e seu assistente Lui Bartelle tiveram seus corpos estraçalhados por uma explosão no palco do Santa Roza.
O fato histórico resgatado pelo texto Efemérico coletado do livro de Fátima Araújo “Santa Roza 120 anos”. “No dia 12 de junho de 1900, uma tragédia abalou a capital do Estado. Era anunciada para a noite daquele dia, uma apresentação do famoso artista sueco John Balabrega Miller (1857-1900), em um espetáculo de encanto, música e magia.
À tarde daquele dia fatídico, encontravam-se no palco do Theatro Santa Roza, ensaiando nuances luminosas para a célebre “Dança das Serpentinas”, o mágico John Balabrega e seu assistente Lui Bartelle. No momento em que o mágico Balabrega manuseava um projetor movido a querosene, em precário estado, este explode, matando-o instantaneamente junto com seu assistente, que se encontrava bem próximo. Foi um estrondo estarrecedor que ecoou por toda a Praça Pedro Américo. Com o impacto, as ondas de choque estraçalharam os corpos de Balabrega e Bartelle, atingindo o primeiro na região toráxica e, o segundo, na cabeça.
De tão macabra a cena, que se propagou um pânico no recinto devido à forma brutal como tudo aconteceu. Fragmentos do corpo de Balabrega, feito uma massa disforme a impregnar o palco e algumas fileiras da platéia, atingindo a algumas pessoas que assistiam ao ensaio geral. Maquinista, lanterninha e alguns membros da equipe de produção ficaram encharcados de sangue, ao mesmo tempo em que se entranhavam nas roupas e nos cabelos destes resquícios das vísceras do mágico. Uma das orelhas do assistente Bartelle jazia ao chão, ao lado da mão, que certamente fora leva à cabeça no momento do impacto.
Ao cair da tarde, as portas do teatro fecharam-se, abrigando uma das mais tristes e horripilantes tragédias já verificadas na capital paraibana, retornando às suas atividades teatrais somente em 1901.” Santa Roza 120 anos, Fátima Araújo
Saiba mais
Efemérico será o quinto espetáculo do repertório da Cia. Sirius de Teatro que já montaram: Sinhá flor, Adeus Mamanita, Quando Despertamos Estávamos Mortos e Estrelas ao Relento. A Cia. ficou conhecida pelo espetáculo Sinhá Flor, com as atuações das atrizes veteranas do teatro paraibano, Crizelide Barros e Celsa Monteiro que arrecadaram todos os prêmios dos festivais onde passaram. O espetáculo Sinhá Flor se mantém vivo e completa 18 anos de existência.
Para a montagem de Efémerico, o autor e diretor Eliezer Rolim mantém as duas atrizes veteranas Crizelide Barros e Celsa Monteiro no palco e realizou teste para novos atores. Desta vez Eliézer optou por trabalhar com 4 cantores com pouca experiência em teatro uma vez que o espetáculo faz referencias aos teatros cantados da época de 1900.
Equipe Técnica
ELENCO (ordem alfabética): Edson Sousa, Érica Maria, Celsa Monteiro, Crizelide Barros, Dadá Venceslau, Guido Alexandre, Natalia Sá e Walmar Pessoa.
SERVIÇO: Temporada Efemérico
Onde: Theatro Santa Roza
Quando: de quarta a domingo (14 a 18 de novembro de 2012)
Hora: 20h
Quanto: R$ 10,00 e R$ 20,00
Duração: 55 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
INFORMAÇÕES À IMPRENSA: CALINA BISPO
Do horror que se espalhou pela praça Pedro Américo, restou apenas o fato histórico no livro Santa Roza 120 anos, de Fátima Araújo e que agora vai à cena nesta montagem de Eliézer que assina o texto e a direção do espetáculo da Cia Siríus de Teatro, sob o nome Efemérico, com estréia nesta quarta-feira (14), às 20h, no mesmo local em que ocorreu a tragédia. O espetáculo fica em cartaz no Theatro Santo Roza até o dia 18 de novembro (domingo).
O texto Efemérico foi escrito quando Eliézer estava na França distante de seu grupo de teatro. Nele, o autor tenta traduzir a sensação de perda, morte e saudade de coisas passadas numa tentativa de valorizar as coisas verdadeiras como o presente, o sentimento do afeto e das amizades sinceras. Para isso se apóia numa narrativa fragmentada, descontínua. Sem um sentido aparente com cenas fragmentadas que ocorrem numa estação chuvosa no interior de um teatro quase abandonado permeado por fantasmas.
Tomando como personagem central o Jorge Nathan como aquele que sonha e não sabe exatamente o que é nem para onde vai, constrói um herói contemporâneo, uma alma perdida que se debate entre o delírio e o pesadelo de seus próprios fantasmas, compondo com seus pensamentos e ações um texto pós-dramático em que a descontinuidade, repetição e a fragmentação são partes integrantes da narrativa.
Efemérico é um texto metateatral tendo como pano de fundo a morte trágica do mágico Jau Balabrega e seu assistente no inicio do século XX, o texto se debruça sobre o tema do teatro, o ato de representar, o abandono do Teatro Santa Roza e principalmente coloca o próprio ato da existência humana como um representação metafísica teatral.
O espetáculo Efemérico
Aqui, o tempo é o dos sonhos. A eterna bruma entre o consciente e inconsciente. Um lugar outro, uma dimensão fora do habitual onde tudo acontece muito rápido e nebuloso. O espetáculo trabalha com o imaginário da morte e da transcendência das coisas impermanentes como a vida, a bolha de sabão, o ato de viajar e os acontecimentos inesperados.
Partindo de coisas reais como o Teatro Santa Roza e seu abandono, o espetáculo faz uma homenagem a dois antigos funcionários do teatro, Waldemar Dornelas e a camareira Celina como os únicos personagens vivos e através deles se desenvolve uma narrativa descontínua e fragmentada como um caleidoscópio imagético.
Sinopse
Jorge Nathan foi ator na sua juventude e um dia andando pelo centro da cidade de João Pessoa entra no Teatro Santa Roza escapando de uma forte chuva. Ao entrar encontra dois funcionários que o avisam que o teatro está fechado para reforma.
Nathan consegue convencê-los a visitar e se perde entre as cochias, entrando em outra dimensão onde o sonho, a vida e a morte se encontram num mesmo palco com fantasmas, marionetes e lembranças, compondo um tempo distante e histórico do ano de 1900, quando o mágico Jau Balabrega e seu assistente Lui Bartelle tiveram seus corpos estraçalhados por uma explosão no palco do Santa Roza.
O fato histórico resgatado pelo texto Efemérico coletado do livro de Fátima Araújo “Santa Roza 120 anos”. “No dia 12 de junho de 1900, uma tragédia abalou a capital do Estado. Era anunciada para a noite daquele dia, uma apresentação do famoso artista sueco John Balabrega Miller (1857-1900), em um espetáculo de encanto, música e magia.
À tarde daquele dia fatídico, encontravam-se no palco do Theatro Santa Roza, ensaiando nuances luminosas para a célebre “Dança das Serpentinas”, o mágico John Balabrega e seu assistente Lui Bartelle. No momento em que o mágico Balabrega manuseava um projetor movido a querosene, em precário estado, este explode, matando-o instantaneamente junto com seu assistente, que se encontrava bem próximo. Foi um estrondo estarrecedor que ecoou por toda a Praça Pedro Américo. Com o impacto, as ondas de choque estraçalharam os corpos de Balabrega e Bartelle, atingindo o primeiro na região toráxica e, o segundo, na cabeça.
De tão macabra a cena, que se propagou um pânico no recinto devido à forma brutal como tudo aconteceu. Fragmentos do corpo de Balabrega, feito uma massa disforme a impregnar o palco e algumas fileiras da platéia, atingindo a algumas pessoas que assistiam ao ensaio geral. Maquinista, lanterninha e alguns membros da equipe de produção ficaram encharcados de sangue, ao mesmo tempo em que se entranhavam nas roupas e nos cabelos destes resquícios das vísceras do mágico. Uma das orelhas do assistente Bartelle jazia ao chão, ao lado da mão, que certamente fora leva à cabeça no momento do impacto.
Ao cair da tarde, as portas do teatro fecharam-se, abrigando uma das mais tristes e horripilantes tragédias já verificadas na capital paraibana, retornando às suas atividades teatrais somente em 1901.” Santa Roza 120 anos, Fátima Araújo
Saiba mais
Efemérico será o quinto espetáculo do repertório da Cia. Sirius de Teatro que já montaram: Sinhá flor, Adeus Mamanita, Quando Despertamos Estávamos Mortos e Estrelas ao Relento. A Cia. ficou conhecida pelo espetáculo Sinhá Flor, com as atuações das atrizes veteranas do teatro paraibano, Crizelide Barros e Celsa Monteiro que arrecadaram todos os prêmios dos festivais onde passaram. O espetáculo Sinhá Flor se mantém vivo e completa 18 anos de existência.
Para a montagem de Efémerico, o autor e diretor Eliezer Rolim mantém as duas atrizes veteranas Crizelide Barros e Celsa Monteiro no palco e realizou teste para novos atores. Desta vez Eliézer optou por trabalhar com 4 cantores com pouca experiência em teatro uma vez que o espetáculo faz referencias aos teatros cantados da época de 1900.
Equipe Técnica
- Texto e Direção – Eliézer Rolim
- Diretor Musical – Carlos Anísio
- Preparação vocal – Fátima França
- Figurinos – Mauricio Germano
- Confecção de Figurinos- Maria José e Wildenir Albuquerque
- Adereços- Dadá Venceslau
- Sonoplastia - Tiago Henriques
- Contra Regragem – Ednaldo Silva
- Arte Gráfica e Fotografia – Minna Miná
- Iluminação e Cenografia- Eliézer Rolim
ELENCO (ordem alfabética): Edson Sousa, Érica Maria, Celsa Monteiro, Crizelide Barros, Dadá Venceslau, Guido Alexandre, Natalia Sá e Walmar Pessoa.
SERVIÇO: Temporada Efemérico
Onde: Theatro Santa Roza
Quando: de quarta a domingo (14 a 18 de novembro de 2012)
Hora: 20h
Quanto: R$ 10,00 e R$ 20,00
Duração: 55 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
INFORMAÇÕES À IMPRENSA: CALINA BISPO
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