A forte seca que vem afetando o Nordeste neste ano provocou uma queda de 86% na produção de grãos na Paraíba sobre o total registrado em 2011. O índice, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Grupo de Coordenação das Estatísticas Agropecuárias da Paraíba (GCEA-PB), demonstra que o volume de produção da safra atual foi de apenas 16,484 mil toneladas, enquanto em 2011 esse atingiu 115,475 mil toneladas.
Segundo o agrônomo do IBGE, José Rinaldo, os números são preocupantes por apresentarem um declínio progressivo no volume de grãos produzidos no Estado. “Ano passado já não foi muito bom por ter chovido muito, fato que também atrapalha. Em um ano normal, a produção chega a ser de 280,3 mil toneladas”, explicou.
Ainda de acordo com o levantamento, a área destinada à plantação de cereais, oleaginosas e leguminosas caiu 48,6% neste ano, passando de 363,347 mil hectares para os atuais 186,833 mil hectares. Já a área colhida foi de 98 mil hectares, com uma queda de 88,833 mil hectares sobre o ano passado. “Esse é um problema que tem afetado todo o Nordeste, especialmente nas regiões semi-áridas de estados como Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba. A produção aqui foi praticamente nula, tanto que não seria suficiente para alimentar a população nem por uma semana, caso não comprássemos de outros estados”, acrescentou Rinaldo.
O feijão e o milho, itens que juntos são responsáveis por cerca de 90% da produção agrícola local, registraram quedas de 85,6% e de 84,4%, respectivamente, na comparação com os resultados de 2011. O feijão somou apenas 5,437 mil toneladas neste ano, enquanto o volume de milho produzido foi de 9,710 mil toneladas.
O produto que registrou maior variação negativa entre os dois anos foi o arroz, que caiu 96,3% em volume produzido, fechando a safra atual com apenas 156 toneladas. O algodão vem logo em seguida, com uma redução de 96% (88 toneladas). O único item que teve incremento em sua produção foi o abacaxi, que registrou uma variação positiva de 6% neste ano, com um total de 293,1 milhões de frutos.
Perda de rebanho
De acordo com o levantamento, pecuaristas do Cariri e do Sertão estão tomando medidas drásticas para driblar a falta de alimentação e de água que tem causado a morte do gado na Paraíba. Muitos criadores estão vendendo por R$ 300 animais que foram adquiridos anteriormente por R$ 3.000, ou seja, por apenas 10% do valor.
“É difícil saber até quando essa situação irá durar. Em dezembro, deverá ser feito um levantamento meteorológico para os próximos meses e só em janeiro é que teremos um panorama melhor de como será o ano de 2013”, concluiu Rinaldo.
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