6 de janeiro de 2013

Marcas do que se foi


CLEMILDO BRUNET


Todos nós carregamos em nossas lembranças a marca do tempo. Alguns têm guardado na memória as peripécias da infância. Que tempo bom dizem! Realmente, pensamos assim. Na infância não existe preocupação com o que se passa ao nosso redor e sentimo-nos leves e satisfeitos com tudo que nos cerca.

Lembro-me ainda dos meus tempos de criança quando havia aquela inquietude e constantemente as brincadeiras e recreações eram mudadas, nunca ficávamos na rotina.

Carrinho puxado no cordão, bola de gude, ludo, quartel de exército, espetáculo circenses com dramatização; brincadeiras essas que preenchiam o nosso mundo infantil.

Depois... A adolescência, muda-se o nosso entretenimento. A marca do tempo nos transporta para o mundo da fantasia e dos sonhos mesmos acordados. Os flertes e os namoros, hoje paqueras, aconteciam nos lugares frequentados por rapazes e moças a exemplo da pedra da estação ferroviária à noite, esperando a chegada do trem.

A tradicional Festa de São Pedro no bairro dos pereiros, serviço de alto falantes tocando música e os bilhetinhos passando de mãos em mãos com declarações de amor.

A Sorveteria Tabajara no centro da cidade, aos sábados pela manhã, era o local onde os rapazes esperavam o passeio das estudantes da Escola Normal Josué Bezerra. Festa do Rosário e o Serviço de Alto Falantes do Parque Maia com o Programa: “Atendendo ao Ouvinte” oferecimento de músicas românticas de um alguém para outro alguém e ainda o encontro de amigos entre moças e rapazes em frente ao Cine Lux antes do início do filme.

Porque não lembrar o Colégio Diocesano que abriu as portas da educação em Pombal, permitindo o acesso de alunos de ambos os sexos, e que muitos puderam receber lições do ensino secundário naquela época, fazendo o curso ginasial.

E o bar centenário, que antigamente era o coreto da Praça José Ferreira de Queiroga, logo após a Festa do Centenário da cidade em 21 de julho de 1962, passou a ser chamado de bar centenário; a Prefeitura em regime de comodato cedeu o imóvel para funcionamento de um estabelecimento comercial do ramo. Já a praça, ficou conhecida como Praça do Centenário.

Pois bem, enquanto a rapaziada se deliciava dos petiscos e das bebidas servidas pelo bar centenário, as moças passeavam ao redor, sempre em busca de alguém para formar o seu par. Neste local as lembranças das corridas de bicicletas, os shows de artistas como Luiz Gonzaga e Marinês e sua gente e outras atrações sempre com a presença de público garantido.

O Tempo corre e chega à fase adulta. De repente, somos tirados da fantasia de outrora, para uma realidade totalmente diferente daquela que a marca do tempo nos trouxe no passado. Vem o amadurecimento e com ele a experiência adquirida ao longo dos anos.

Tempo difícil o de hoje e nos faz refletir: Tudo é diferente! Esse estigma será sempre superado. Tem razão o poeta em uma canção interpretada pelo cantor Nilton César quando diz: “E prá disfarçar o meu tédio, procuro remédio na recordação”.

Todavia, não ficamos aí; encontramos refrigério nas sábias palavras do apóstolo Paulo ao afirmar: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança.” Rm. 5:3-4.


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