15 de abril de 2012

Ao velho e bom Nonato

Tião Lucena

Agora que Nonato Bandeira não é mais o super secretário de Ricardo Coutinho, que desceu à planície e corre o risco, no dizer do deputado Janduhy Carneiro, de ser abandonado pelos que lhe faziam afagos até bem pouco tempo, ouso tecer alguns comentários a seu respeito.

Conheço Nonato de priscas eras. Claro, sou mais antigo, tenho mais estrada percorrida, quando ele chegou no jornalismo eu já estava, mas da sua chegada em diante pudemos conviver, ora de perto, ora de longe, mas sempre acompanhando a trajetória um do outro.

A minha trajetória não interessa no momento, interessa a dele. E vou falar algum a coisa do pouco que sei.

Aquele branquelo desengonçado, alto e magro feito um palito, entrou pela redação do Correio como repórter, mas com jeito de quem ia ser alguma coisa mais importante logo, logo. E foi. Em pouco tempo era secretário de redação, editor de cultura, e assim por diante. Enfronhou-se, tomou gosto pela coisa, resolveu voar mais alto e candidatou-se ao cargo de presidente da mais importante associação do jornalismo paraibano, a API. Naquelas eras só era presidente da API quem fosse medalhão. Nonato, sem nenhuma medalha, com poucas crenças no seu sucesso, disputou, insistiu, persistiu, não desistiu e venceu. Daí por diante só teve vitórias na carreira. E arregimentou um monte de amigos, fiéis amigos, atraídos pelo seu bom caratismo, pela coragem com que peitava os poderosos patrões em favor dos seus liderados, pela solidariedade que nunca faltou nos momentos difíceis vividos pelos companheiros de batente, enfim pelo exemplo de sujeito bom, simples, sem frescura e sem estrelismo.

Ricardo Coutinho convocou-o para a sua Assessoria. Nonato acompanhou o mago desde a Câmara até chegar ao governo. Foi tudo o que quis no Governo, teve poder e bote poder nisso. Mas nunca se encantou. Nunca o procurei para não encontra-lo com o mesmo jeito simples, cordato, atencioso, camarada, gente fina.

Agora ele deixa a Secretaria para disputar um mandato de prefeito. Como naquela vez da API, há quem duvide de suas condições. Os que o conhecem dos ontens daquele tempo, porém, sabem que Nonato Bandeira é feito aquelas baraúnas fornidas que não envergam, nem quebram. Ele não é de correr da raia ou de desistir por conta de dificuldades momentâneas.

Mas eu dizia que deixei para falar de Nonato depois que ele deixou de ser secretário. E o fiz por um simples motivo: eu nunca fui amigo do secretário de comunicação. Sempre fui amigo do Nonato dos velhos tempos. E nossa amizade transcende cargos, posições ou projeções.

Como naquela vez da API, estamos aí velho Nonato. Nós todos, com você no comando, e quem for podre que se quebre.

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