19 de abril de 2012

Linaldo Guedes lança novo livro em Brasília, na próxima sexta

O poeta paraibano Linaldo Guedes lança na próxima sexta-feira (20), às 20h30, no Hotel Nacional, em Brasília, o seu novo livro de poemas – “Metáforas para um duelo no Sertão”. O livro já foi lançado em João Pessoa, Campina Grande e São Paulo. A obra foi editada pela Editora Patuá, de São Paulo, e custa R$ 25,00. A obra também pode ser adquirida no site da editora: www.editorapatua.com.br

O lançamento do livro em Brasília está incluído na programação das comemorações dos três anos de existência da Associação de Cajazeirenses e Cajazeirados em Brasília. O evento, que acontecerá no Hotel Nacional, terá ainda homenagem a atriz Marcélia Cartaxo e lançamento do livro “Engenho de Pau”, de Constantino Cartaxo. No sábado, haverá recital de poesias.

“Metáforas para um duelo no Sertão” traz 106 poemas inéditos do autor e tem prefácio do poeta e escritor Antônio Mariano. Segundo Antônio Mariano, no prefácio da obra, Linaldo Guedes compôs mais de uma centena de poemas integrando este Metáforas para um duelo no Sertão. “Considerável número de objetos. Plural quis ser. Tantas vezes substantivo, tantas vezes adjetivo. Metáfora, figura de linguagem literária desgastada, abusada por tantas mãos inábeis que perdeu a graça para os poetas ambiciosos de invenção. Metáforas há que aqui se revestem de senso e sensibilidade”, comentou.

Segundo o crítico Hildeberto Barbosa Filho, o sertão de Linaldo Guedes é mais metafórico que paisagístico. “Todo tecido pelos fios intangíveis de uma geografia interior, parece se comprazer com a ideia de Guimarães Rosa de que o sertão está em toda parte, sobretudo dentro de nós. Se há, assim, referências como que mitográficas às glebas da infância e ao simbólico clã dos parentes mais próximos, sobremaneira pai e mãe, predominam, no entanto, os sítios urbanos e suas decorrências culturais e estéticas, calcadas principalmente num “duelo” literário que se fragmenta nas múltiplas vozes que ecoam e iluminam a intensidade da dicção lírica. O seu sertão me parece, pois, um modo de ser, um modo de ser tão, de perceber e apalpar a carnadura das coisas, dos fatos, das situações e das pessoas sob um crivo todo seu, em que realismo, ironia, humor e lirismo se mesclam na configuração da visão poética”.

Já para o poeta e crítico Astier Basílio, mais do que os irremediáveis cactos, da vegetação bem sugestiva de imagens, o sertão de Linaldo é urbano, onde “os meninos (...) já nascem sorrindo para a rua/ às vezes nus/outras, não/ fazem dos paralelepípedos/ residências oficiais de verão”. Mais do que um território varado por sol e terra calcinada, a paisagem que surge é a do afeto. É num dos mais belos poemas do livro, o soneto “Mater”, que Linaldo pega emprestado os olhos da sua mãe para olhar para si próprio: “Quando olho nos olhos de minha mãe/ vejo as peraltices da infância tardia/ com um arrazoado de conselhos alheios/ e uma cumplicidade do futuro que dormia”

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