12 de agosto de 2012
Igreja Presbiteriana de Pombal: 72 anos de organização eclesiástica
CLEMILDO BRUNET
Nos dias 04 e 05 deste mês de agosto foram comemorados os 72 anos de organização eclesiástica da Igreja Presbiteriana de Pombal, em seu templo a Rua Argemiro de Sousa, 19, tendo sido levada a efeito uma programação especial para celebrar tão importante data. O preletor desses dias festivos foi o Rev. Estevão Domingos de Oliveira Neto da Igreja Presbiteriana do Bairro Jaguaribe em João Pessoa, a convite do Conselho administrativo da igreja local.
O enfoco dado às mensagens do pastor Estevão, baseou-se no ensino escatológico do último livro da Bíblia – o Apocalipse ou a revelação de Jesus Cristo ao apóstolo João, quando este se encontrava na ilha de patmos. Temas esses elucidativos, esclarecedores e de muita edificação para a igreja, inerentes aos dias que estamos vivendo.
A Propósito das comemorações dos 72 anos da Igreja Presbiteriana de Pombal trago ao conhecimento dos meus leitores relato bem descritivo feito pelo Rev. Clodoaldo Albuquerque Brunet, meu sobrinho, que atualmente exerce seu pastorado na cidade de Cajazeiras aqui na Paraíba. Para ele, o trabalho presbiteriano aqui nesta região já remonta mais de cem anos. Vejamos, portanto, o relato do meu sobrinho, que transcrevo na íntegra em negrito.
O presbiterianismo em Pombal remonta a uma época mais antiga do que a registrada costumeiramente. Na década de 40 deu-se a organização oficial da Igreja Presbiteriana de Pombal, mas o presbiterianismo nessa região já é uma obra centenária.
Verifiquei na história que o início dessa obra ocorreu no sítio Jenipapo município de Pombal. No livro a "A Sagrada Peleja", um diário com registros feitos pelo desbravador do Ceará o Rev. Natanael Cortez, consta a chegada do Rev. Henderlite no mês de dezembro de 1912 com o então seminarista Natanael Cortez ao sítio Jenipapo.
O jovem Natanael registra: "Embora nada conhecendo das bifurcações da estrada ao lugar do nosso destino, e temendo as ciladas dos cangaceiros que em quadrilhas avassalam e dilaceram estes sertões, confiando tão somente no Senhor que até ali nos tinha ajudado, partimos. Às nove horas do dia 07 estávamos no almejado Jenipapo, à porta da irmã Maria Dantas da Nóbrega, viúva do irmão de saudosa memória o Capitão Antonio Martins da Nóbrega” (Cortez N. 2001, P.39).
O capitão Martins foi um dos primeiros conversos a fé reformada de que se tem notícia no sertão, fora evangelizado pelo seu cunhado o Sr Martiniano de Oliveira. Conforme testemunho dos seus descendentes, as irmãs Senhoritas Elza Dantas de Sá e Eleusina Dantas de Sá, a conversão do seu avô deu-se antes da libertação dos escravos. Teria contribuído para esse fato um colportor de bíblias americano que lhe entregara uma porção das sagradas escrituras, o Novo Testamento.
Segundo Elza, seu avô Capitão Antonio Martins teria libertos os escravos como resultados da graça de Cristo. O diário do Rev Cortez diz palavras maravilhosas sobre a vida desse irmão que comprovam a sua transformação espiritual: "O irmão capitão Antonio Martins brilhou como a luz nestes sertões e ilustrou pelas suas obras o poder regenerador que operou em seu coração transformando-o num homem novo" (Cortez p. 40.)
O Sr. Martins faleceu em 1906, tendo recebido durante sua nova vida cristã apenas uma visita pastoral que foi a do Rev. Manoel Machado em 1901. Num contexto de muita intolerância religiosa, a família sofreu o desprezo de parentes e foi perseguida, mas mesmo assim a fé permaneceu firme no evangelho da graça de Deus.
Por ocasião da visita do Rev. Machado em 1901 foram recebidas à comunidade presbiteriana as seguintes pessoas: Antonio Martins da Nóbrega, Maria Dantas da Nóbrega, Leontina Dantas de Sá, Honória Dantas de Sá, Maria Dantas de Sá; e foram batizados na fé dos pais os seguintes menores: Pedro Martins, Paulo Martins, Antonio Martins, Collecta Dantas e Anália Dantas, esta mãe da Elza e Eleusina.
Na visita do Dr Henderlite no dia 09 de dezembro de 1912 foram recebidas as irmãs Anathildes Dantas de Sá e D. Maria Ignez da Conceição, ainda professaram a fé as senhoras Anália e Collecta. Dessa congregação no Jenipapo se formara a Igreja Presbiteriana de “Iburaninha” que foi organizada em Igreja ainda no início da década de trinta.
Conta à senhorita Nizete Dantas filha daquela igreja que o fundador foi o ilustre Rev. Antônio de Almeida. A senhorita Nizete, diz que o Rev Almeida ao chegar ao lugar onde havia uma Umburana ao perguntar o nome daquela árvore, lhes responderam: "Iburana", dai o reverendo disse: "Aqui construiremos a igreja, e o lugar se chamará Iburaninha" Dessa igreja é que veio a existir a igreja Presbiteriana de Pombal, e muitas outras, pois com a migração de irmãos que fugiam das secas do sertão outras igrejas foram plantadas no sul do país. Iburaninha hoje é município de São Domingos de Pombal.
A Igreja Presbiteriana de Pombal tem um passado de luta alimentado pela palavra de Deus e pela oração, no que enfrentou a mais ferrenha perseguição daqueles que professavam a religião da maioria com um postulado de dogmas, tradições e ensinamento de homem contrário ao que Jesus ensinou aos seus seguidores.
Precisamente no Dia 03 de agosto de 1940, em Assembleia Geral, a IPB de Pombal, reunido os seus membros a constituíram em Igreja, sendo a pioneira entre as denominações evangélicas de nossa cidade, ainda sob a jurisdição oriunda da Missão Presbiteriana dos Estados Unidos da América do Norte com sede em Recife Pernambuco. Desde janeiro deste ano a IPB local, tem a frente de seu rebanho, o Rev. Julimar Lemos.
Dia 12 de agosto é o aniversário da Igreja Presbiteriana do Brasil que está completando 153 anos de atividades eclesiásticas em todo Brasil. É uma igreja que tem como lema: Anunciar o Reino de Deus, Educar Para a Vivência Cristã e assistir o ser humano em suas necessidades. E como princípio: Ortodoxia, Piedade e Teologia Reformada.
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