29 de janeiro de 2012

Brasil: um desapreço aos aposentados que percebem mais de um salário

Clemildo Brunet

Depois de tantas lutas, decepções e desenganos dos nossos aposentados que recebem a cima do Salário mínimo, mais uma vez o Governo Federal passa-lhes as pernas na questão do percentual dado a essa classe que há muito tempo numa luta renhida vem lutando pelos seus direitos. Mais uma vez as autoridades que governam este país, depois de terem achatados aos longos dos anos os proventos dos aposentados a que me refiro, vêm executando uma política diferenciada para os que percebem o chamado salário mínimo.

O pior em tudo isso é o engodo para ludibriar esses pobres coitados cujos compromissos aumentam dia-a-dia em face da idade e da saúde. A compra de medicamentos caros quase sempre levam embora 30 ou mais por centos do que lhe são destinados no benefício da Previdência Social. Pois bem, este ano não foi diferente em relação aos anteriores. Falou-se tanto em ganho real para os que percebem acima do salário mínimo, que aos ouvidos desses aposentados, tudo sairia de conformidade com o anunciado. Ledo engano!

Pois bem: nos últimos momentos para aprovar o orçamento de 2012, o Governo Federal suou frio, mas conseguiu aprovar o que queria, no entanto, não fez a inclusão do ganho real dos aposentados acima do salário mínimo. O deputado Federal Paulo Pereira da Silva (PDT/São Paulo), e o Presidente do Sindicato Nacional dos aposentados, pensionistas e idosos da Foça Sindical, João Batista Inocentini, garantiram em plenário o compromisso de todos os líderes do Partido, incluindo o PT e o PMDB, que até o final de fevereiro será criada uma comissão do Governo para discutir uma política permanente de recuperação do poder de compra dos aposentados acima do salário mínimo.

Não sou pessimista, mas tomara que aconteça. Acontece que essa turma, anos e mais anos, se reúne e no fim termina em pizza essa história; pois o que se vê, é um verdadeiro desapreço para quem trabalhou muitos anos e contribuiu religiosamente com a Previdência pública desse país, que hoje, de modo desavergonhado não paga aos seus beneficiários da mesma forma como eram as suas contribuições que lhes assegurava o valor real de salários de acordo com o que contribuíam.

Inocentici e Paulinho otimistas...
“O compromisso em Plenário de todos os líderes de partido é uma grande vitória nossa. Finalmente todos estarão envolvidos e de acordo com a discussão de uma política permanente de recuperação dos benefícios desses aposentados, assim como já é feito com a política de recuperação do salário mínimo”, festeja Inocentini.

“Foi melhor do que esperávamos. No ano passado conseguimos incluir no orçamento o ganho real, mas o Governo não cumpriu. Agora temos o compromisso de todos os líderes de partido que vamos discutir uma política permanente de recuperação do poder de compra, o que é um grande avanço para os aposentados”, disse Paulinho.

Muitas mudanças em artigos foram feitas com facilidades no que diz respeito aos aposentados na Constituição/88 e do Estatuto do Idoso. FHC fez corte da fragilizada aposentadoria de 18%. Lula cortou mais 42% dos manipulados proventos, já Dilma com ares de grande vitoriosa nos tirou mais 8%.

Com a imoralidade desses cortes, já perdemos 68% das nossas aposentadorias, que se as leis não fossem modificadas, ou, se não houvesse alteração nas regras de um jogo no meio do prélio esportivo, os aposentados estariam tranquilamente recebendo o valor condizente de suas contribuições dos 35 anos passados.

Não paremos no tempo e no espaço, vamos cobrar cobertos de direitos dentro da ordem pacífica, porém com veemência, a validade da mesma correção dos 14% para todos os aposentados. Aliás, nenhum trabalhador brasileiro deveria receber aumento menor do que este percentual de 14%.

Foi deste modo que a sociedade juntou-se aos aposentados em 1991 para exigir os mesmos 147% dado de reajuste para os aposentados que ganhavam o salário mínimo, e para todos os outros aposentados do mesmo regime, porque já estava resolvido que estes ganhariam somente 54%.

Como vemos essa perseguição já é bem antiga. Vamos ressuscitar o efeito moral contido no “Affair 147” esperemos que isso aconteça logo agora em fevereiro.

Clemildo Brunet é radialista, blogueiro e colunista
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