29 de maio de 2012

Cajazeiras sediará I Congresso de Saúde da Família do Sertão Paraibano


A identidade da saúde pública e da Atenção Primária (básica) da Paraíba será discutida por médicos de família no I Congresso de Saúde da Família do Sertão Paraibano, encontro que acontece nos dias 30 de maio e 2 de junho, em Cajazeiras, sob a organização da Associação Paraibana de Medicina de Família e Comunidade (APBMFC).

De acordo com o vice-presidente APBMFC, Vinícius Ximenes, o símbolo do evento é o chão rachado, típico do sertão nordestino onde tanta coisa já se ‘arrolou’, como ele conta. “Quando discutimos construção de experiências de atenção à saúde e APS, temos uma interrogação em relação ao rosto de quem é esta nossa APS”, relatou o presidente.

A Paraíba é um dos estados com maior acúmulo de experiências relacionadas à construção de Atenção Primária no Brasil. Desde o final da década de 40 tivemos experiências de atenção primária em saúde. “Somos um dos primeiros estados a constituir o PACS (Programa de Agentes Comunitários de Saúde).”, relata Ximenes.

A primeira equipe do Programa Saúde da Família foi a do município de Campina Grande. Hoje a mais de 90% da nossa população, ou seja, uma das unidades da federação que mais avançou quanto à questão da cobertura, dentro de uma proporção muito maior de população completamente dependente dos serviços públicos no acesso ao direito á saúde, em relação a outros estados do país especificamente diversos do centro-sul do Brasil.

O Congresso trará à discussão formas de facilitar o acesso da população ao atendimento e também sobre a importância da longitudinalidade, ou de fixar o médico de família em uma comunidade. “É preciso pensar mecanismos para que o profissional possa ficar 20, 30 anos cuidando da mesma população. Isso fará com que ele conheça e acompanhe seus pacientes ao longo do tempo, qualificando o atendimento oferecido.”, ressalta.

Além disso, serão abordados os desafios na relação médico-paciente na no sistema público de saúde. Os médicos de família defendem que todo check-up deve começar em uma boa conversa. “Falar de comunicação é falar da convivência entre o médico e seus pacientes e de como torná-la melhor na prática diária”, explica Ximenes.

Este especialista é responsável por cuidar da saúde da população com base na análise física e do contexto social em que está inserido o paciente, podendo a partir daí não só diagnosticar e tratar, mas, principalmente, prevenir doenças como asma, diabetes, hepatites, depressão, entre outras.

É conhecido como o ‘médico de cabeceira’, aquele que não quer saber apenas qual doença a pessoa apresenta, mas sim quem tem determinada doença e o porquê. Por isso, leva em consideração características como idade, sexo e ambiente social, pontos que interferem na causa das doenças e no prognóstico adequado.

Apesar de pouco conhecido, o médico de família e comunidade (MFC) está presente em todo o Brasil tanto no atendimento privado quanto na esfera pública, em postos de Saúde e no programa Estratégia Saúde da Família (ESF), da Atenção Primária à Saúde (APS) do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde (PSF/DAB/MS).

Hoje, existem 31.500 equipes de ESF no país responsáveis pelo atendimento de 99% dos municípios brasileiros. Nestas, ainda há apenas 1.500 médicos especializados em Medicina de Família e Comunidade atuantes. O congresso acontecerá na faculdade Santa Maria de 30 de Maio a 02 de Junho.

COM REPORTAGEM DA FOLHA DO VALE.COM


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