29 de maio de 2012

Nonato Guedes lança "A Fala do Poder"


Na terça-feira, 29 de maio, às 18,30h, ocorrerá na Livraria do Luiz, na Praça 1817, Galeria Augusto dos Anjos, Centro de João Pessoa, o lançamento do livro “A Fala do Poder”, de autoria do jornalista Nonato Guedes, com prefácio do ex-senador Marcondes Gadelha.

O livro, sob a chancela da Forma Editorial, do publicitário Carlos Roberto de Oliveira, traz, na íntegra, os discursos comentados de governadores da Paraíba, num período de 46 anos, abrangendo desde João Agripino Filho, empossado em 1966, a Ricardo Vieira Coutinho, empossado em 2011. O autor faz uma apreciação jornalística acerca da trajetória dos governantes perfilados, recapitula passagens das campanhas políticas e adiciona informações de bastidores valiosas para a compreensão dos perfis dos que administraram a Paraíba. João Agripino Filho foi o último governador eleito pelo voto direto em plena vigência do regime militar instaurado em 64. Três dos que o sucederam foram escolhidos por via indireta, através de mediação direta do poder central. Estes foram os casos de Ernani Sátyro, Ivan Bichara Sobreira e Tarcísio de Miranda Burity. Burity retornou ao poder, na década de 80 pelo voto direto, concorrendo pelo PMDB e derrotando Marcondes Gadelha, em 86.

Na redemocratização que se seguiu ao regime militar, com a restauração do pluripartidarismo e a concessão de anistia política, Wilson Leite Braga foi o primeiro a se eleger pelo voto popular, em 82, derrotando Antônio Mariz. Seguiram-se Tarcísio Burity, Ronaldo Cunha Lima, Antônio Mariz, José Maranhão, Cássio Cunha Lima e Ricardo Coutinho. Com o afastamento simultâneo de Wilson Braga e do vice José Carlos da Silva Júnior, assumiu o governo em meados de 86 Milton Bezerra Cabral, que foi ungido por escolha da Assembleia Legislativa. Cícero Lucena ocupou o governo na década de 90, sucedendo a Ronaldo Cunha Lima, que se afastou para concorrer ao Senado. E pelo menos um vice-governador eleito não tomou posse – Raymundo Asfora, eleito na chapa de Burity em 86 e que foi encontrado morto na sua granja, em Campina Grande, faltando poucos dias para a investidura. Ainda hoje as versões se dividem entre suicídio ou assassinato.

Nonato, que é comentarista político e que atuou em inúmeros veículos de imprensa do Estado, incluindo rádio, jornal, revista e televisão, além de ser correspondente do jornal “O Estado de São Paulo”, fixa uma comparação sobre as promessas de campanha e as realizações de governo, mostrando a distância entre o palanque e o exercício do poder. Diz que, muitas vezes, as promessas não foram cumpridas devido à dificuldade das conjunturas, impactadas por seca, falta de recursos federais e, em alguns casos, erro de perspectiva de governantes. Situa, também, as mudanças de contexto. Agripino foi governador numa época em que a política se valia de recursos tradicionais. Ricardo Coutinho foi eleito sob a égide da era digital, com a proliferação

das redes sociais e dos movimentos organizados na representação popular. No prefácio, Marcondes destaca o ineditismo da obra, por compulsar todos os discursos de posse ou prestações de contas dos governadores enfocados e revelar episódios que facilitam uma compreensão das épocas em que cada administração foi implantada. Diz tratar-se de uma obra de fôlego, que é ao mesmo tempo uma aventura elegante pela história da Paraíba pelo estilo do autor, que Marcondes define como ‘instigante’. O livro será lançado posteriormente em outras cidades da Paraíba e, também, em Brasília.

ASSESSORIA

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