9 de julho de 2012

Paraíba se emociona no último adeus a Ronaldo Cunha Lima


O ex-governador e poeta Ronaldo Cunha Lima foi sepultado neste domingo (8), às 16h40, no cemitério do Monte Santo, com honras de chefe de Estado e aclamado pelo povo na cidade de Campina Grande. Aos gritos de “Ronaldo eu te amo” e aplausos, o corpo do poeta foi sepultado, ao lado do pai Demóstenes da Cunha Lima e da mãe Francisca Bandeira da Cunha Lima, a dona Nezinha, com as bandeiras da Paraíba, do Brasil e do Treze, o time do coração.

Milhares de pessoas se uniram aos familiares para o último adeus a um dos maiores líderes políticos da Paraíba. Ao longo do cortejo os populares demonstravam o carinho com o poeta, a dor da última homenagem. Faixas, camisas e bandeiras das campanhas vitoriosas de Ronaldo eram vistas a todo o momento no corpo, nas mãos e nas fachadas das residencias de Campina Grande.

Nem a chuva impediu que milhares de pessoas acompanhassem o cortejo do Parque do Povo até o cemitério Monte Santo. “As chuvas são lágrimas de Campina Grande pela perda do poeta e líder político Ronaldo Cunha Lima”, disse o amigo e ex-assessor Evaldo Tomé.

O cortejo saiu da Pirâmide do Parque do Povo, às 15h30, após a homenagem da Guarda de Honra e seguiu em carro aberto pelas avenidas da cidade. De acordo com estimativas da Polícia Militar da Paraíba, mais de 100 mil pessoas compareceram para dar o último adeus ao poeta.

O governador Ricardo Coutinho esteve presente no velório e acompanhou as homenagens ao líder político, ao lado da esposa de Ronaldo, Glória Cunha Lima e dos filhos Cássio, Ronaldo, Savinny e Glauce, e demais familiares e amigos.

Poesia marca despedida de Ronaldo
A pedido de Ronaldo durante todo o velório foi tocada a música “Luzes de Ribalta”, de Charles Chapplin. O sobrinho de Ronaldo, Bruno Cunha Lima, fez uma homenagem recitando o poema do tio “Conversa com meu pai”, emocionando a todos.

O governador Ricardo Coutinho disse que a Paraíba sempre devolveu, com muita confiança, carinho e respeito a dedicação de Ronaldo com o Estado. “Ronaldo foi um homem que ocupou com honra todos os cargos, foi uma pessoa muito identificada com o processo de redemocratização do país. Colecionou amizades que estavam acima da questão partidária e isso reflete em todo o respeito com que a Paraíba o reverencia”. Ricardo disse ainda que Ronaldo deve receber aplausos e celebrações por toda sua trajetória.

Bastante emocionado, o senador Cássio Cunha Lima, falou sobre a relação com o pai. “Posso dizer que nossa relação era de dois amigos, dois confidentes, dois parceiros, companheiros de uma jornada de uma vida inteira”, disse.

Cássio agradeceu ao Governo do Estado pela organização do funeral, as autoridades e as pessoas humildes, anônimas, que prestaram homenagens e foram dar o último adeus, em João Pessoa e Campina Grande, ao poeta.

O poeta Jessier Quirino disse que teve o privilégio de conhecer e fazer o prefácio de um dos livros de Ronaldo. Ele definiu Ronaldo como um homem simples, humilde e do povo. “Os poetas são aqueles que têm vocação com o pôr do sol. Eu diria que Ronaldo tem vocação para o pôr do sol, para a boquinha da noite, para o anoitecer, para a madrugada, para o dia todo. Diria que tem a vocação, sobretudo, para o povo que está aqui prestando a sua homenagem”.

Os populares não esconderam a emoção e a saudade do poeta. A Irmã Aida, responsável pelo Lar São Vicente de Paula, em Campina Grande, lembrou que Ronaldo ajuda a instituição há mais de 30 anos. “Ronaldo era uma pessoa caridosa, gostava de ajudar os mais necessitados. O que sempre me chamou a atenção nele era a capacidade de tratar bem, com alegria e respeito, todos, seja do mais pobre ao mais rico”, resumiu a religiosa.

Lindalva Pequeno contou que sentiu muito a morte de Ronaldo porque não esquece que num momento difícil da vida ele a ajudou a encontrar um emprego. “Era um homem bom que realizou meu sonho e não poderia deixar de vir prestar a última homenagem”, disse emocionada.

Ronaldo Cunha Lima faleceu às 09h35, ao lado de familiares, na casa onde morava no bairro Tambaú, em João Pessoa. Mas, o líder político e poeta, nascido na cidade de Guarabira, deixa o legado de uma das mais brilhantes trajetórias políticas da Paraíba ao longo de 53 anos de vida pública.


 

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