4 de agosto de 2012

Agricultor planta, colhe e vende uva em pleno sertão da Paraíba


As terras do Sertão sempre foram consideradas muito férteis. Apesar disso a realidade é que as frequentes estiagens deixam o clima inapropriado para o plantio de algumas frutas consideradas “nobres” para o solo sertanejo.

Mas, como já dizia o poeta: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte.”, existe ainda alguns poucos que arriscam o que tem para provar o que muitos duvidam.

É o caso do agricultor Valmir Alves de Sousa, nascido em Vieirópolis quando ainda era distrito de Sousa. Logo em 1982 ele teve que deixar o Sertão para trabalhar na plantação de frutas irrigadas em Juazeiro, no Estado da Bahia.

De volta a Paraíba em 1994, Valmir veio morar na zona rural do município de Joca Claudino. Da Bahia ele trouxe muita experiência dos 12 anos que trabalhou plantando frutas. Junto com a experiência ele carregou uma obsessão. Queria provar que era possível plantar uva no Sertão.

Na primeira tentativa veio - de cara - o fracasso. O motivo do insucesso era a salinidade na água usada para irrigar a planta. Não havia água doce disponível, a única fonte era de cacimbão.

Em 2010 já havido sido construída a barragem Capivara. Com ela, agora havia água de qualidade para irrigar a plantação. O agricultor comprou 19 hectares de terra às margens da barragem e começou de novo a plantar uva.

Hoje, em 2012, ele está começando o plantio da 3ª safra do fruto, ainda em fase experimental, mas já pode mostrar para todos que o fruto da videira também pode ser produzido aqui no Sertão paraibano.

Valmir tem agora 0,3 hectares plantados. Ele colhe 20 quilos de frutos por cada planta. A uva produzida por Valmir foi vendida na própria região por um pouco mais de R$ 2,00 o quilo. A produção, segundo ele, é de 2,5 safras por ano. A qualidade do fruto é muito boa, basta ver pelas fotos no final da matéria.

Pode até ser que você que lê essa matéria já tenha provado - e nem saiba - a uva produzida por Valmir aqui mesmo no Sertão.

Seu Valmir reclama das dificuldades que enfrenta há todos esses anos, sem incentivo algum por parte dos governos municipal, estadual e de órgãos como a Emater, Emepa e outros. Ele já tentou levar seu projeto até à secretaria da Agricultura do Estado, mas não teve êxito.

COM REPORTAGEM DE FÁBIO BARBOSA PARA O COFEMAC


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