Transposição já

LENILSON OLIVEIRA

Para quem vem acompanhando a luta do Padre Djacy Brasileiro em prol da Transposição do Rio São Francisco, seja através de ações, entrevistas ou artigos, sabe o quanto tanta batalha ao longo dos anos parece estar se tornando cada vez mais fantasiosa, não só para ele, mas para todos que ainda acreditam neste projeto secular, que desde sempre soprou como o vento da redenção do interior nordestino, castigado pelas grandes estiagens.

Após décadas de espera, o homem sertanejo, “antes de tudo, um forte”, começou a assistir ao início das obras em vários pontos do Nordeste, inclusive no lote sete, no município de São José de Piranhas (PB), com direito à visita espetacular e cinematográfica do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, o mais popular dos populistas, quase um caudilho mesmo, com direito à cobertura da grande mídia nacional, no melhor estilo “circo”.

A despeito do montante já investido no lote sete, por exemplo, as obras estão paradas e, quando não, caminham a passos lentos, desanimando até o mais otimista e sonhador sertanejo, que acredita cada vez menos que esta geração ainda possa usufruir das águas do “Velho Chico”.

Para melhor ilustrar o que estamos dizendo, passamos a reproduzir o artigo que o Padre Djacy publicou no dia 15 de julho:

“Acabo de fazer a terceira visita ao lote sete da transposição, na região de São José de Piranhas, no alto sertão paraibano. Posso confirmar com muita seriedade que, infelizmente, o referido lote está literalmente parado. Nada vi, a não ser somente abandono.

Presenciei e registrei o que vi. Nesta terceira visita, meu sentimento de revolta foi muito grande. Fiquei chocado, e uma chama de pessimismo invadiu o meu ser. Como sertanejo que clama por água, estou perdendo, aos poucos, o restinho da esperança.

Fui e vi. Agora pergunto: Ministro da Integração Nacional, cadê sua promessa de retomada dessas obras? Por que tanta demora? O que está acontecendo com esse lote? Qual a sua explicação para os doze milhões de nordestinos, que clamam pungentemente por água?

Dilma, por que o Nordeste é tratado dessa forma? Por que tanta insensibilidade diante da sede de milhões de irmãos nordestinos?

O Nordeste é ou não é Brasil?”

O fato é que mais vozes precisam se unir à dele: “Transposição Já”. Quem sabe, assim, Brasília escute.

EDITOR DA REVISTA DESTAQUEPB E DO PORTAL DESTAQUEPB