16 de julho de 2011

É fácil (e injusto) ser isto, difícil é ser aquilo

Por Geraldo Bernardo

Neste mundo em que vivemos, cheio de manipulações, fuxicos, sussurros capciosos e coisas e tais é fácil ser classificado como isto ou aquilo.

Geralmente você é isto quando está do meu lado, não questiona nada, dando ares de idiota deixa-me completamente à vontade para errar. Isto eu sou quando sou apenas uma lagartixa que balança a cabeça esqueço meu senso crítico. Isso para mim é ser babão, irresponsável, aproveitador e mesquinho. Isso é o que a maioria dos políticos gostam de ter como assessores, pois os tornam blindados da crítica, como se fossem infalíveis.

Faraós da contemporaneidade, assediado por asseclas que salivam elogios, papagaios de piratas que buscam os holofotes. Isto é coisa de quem não tem personalidade própria, de quem defende o indefensável.

É fácil identificar estes istos. Estão nas solenidades, são afáveis, até parecem gente. Perfumados e empavonados por fora e fétidos por dentro, tais quais os “túmulos caiados” que Jesus fala no sermão da montanha. É um caminho fácil ser isto, o difícil esta gente não consegue ser.

Difícil é ser aquilo. Quando você tem personalidade própria, quando tem massa cinzenta dentro do crânio que vergonha na cara. Aquilo é o sujeito que, mesmo sendo aliado, não se furtar de fazer uma crítica. Afinal, vivemos numa democracia. Somos todos falíveis. Ou será que a condição de um mandato ou cargo por menos ou mais importante que seja tira nossa falibilidade?

“Aquilo tá querendo é um emprego” – dizem os istos – por não ter o que dizer tampouco a coragem de opinar, por nem saber opinar. Afinal de contas os istos procuram defender-se atacando primeiro. E como não têm no encéfalo outra coisa a não ser miolo de pote, deitam a rolar putrefações verbais.

“Aquilo tá querendo aparecer” – dizem os arautos da burritzia – são incapazes de manter uma imagem própria e buscam macular a personalidade dos outros. Pouco importa se teu cabelo é liso ou crespo, grande ou curto, amarrado ou solto. Uma pessoa vale pelo que ela produz para a humanidade. Se entre os erros e os acertos o saldo é positivo para acertos – que bom! – vamos trabalhar os erros e, para tal, precisamos de outrem que tenho um espírito daquilo, assim caminha a humanidade.

O mundo não é feito céu ou inferno, bem ou mal, bom ou ruim. O mundo é feito de erros que as vezes dão certo e acertos que também erram. As pessoas brigam, nas suas intimidades, com pais, mães, filhos e avós e depois choram, lambem-se e beijam-se, assim é a vida. Que razão existe em sermos hipócritas publicamente?

Oficialmente somos maniqueístas, a sociedade burguesa e positivista leva-nos para o abismo da artificialidade. Assim nos tornamos frios e agressivos como se fossemos peças num jogo de guerras e vaidades.

Medite e reflita, depois mande seu recado para quem você acha que merece.

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