26 de outubro de 2011

Polícia Civil de Cajazeiras fechará jogo do bicho

O delegado regional da 9ª Superintendência Regional de Polícia Civil de Cajazeiras, Gilson de Jesus Teles, acredita que o aumento da criminalidade na cidade tem ligação com os jogos de azar e que irá intensificar os trabalhos para fechar os estabelecimentos que realizam as apostas. Ele disse que o promotor criminal da Comarca do município, Aristóteles Santana, pediu que fosse feito um levantamento dos locais onde acontecem os jogos e também das pessoas envolvidas com o esquema. Ele disse que o trabalho já foi concluído e que irá deflagrar uma operação nos próximos dias, para combater os crimes.

“Pretendemos reunir provas de que o jogo do bicho e outros jogos de azar também faz parte de uma quadrilha, porque existe muita coisa ilícita no meio de tudo isso. Até as pessoas que jogam podem ser indiciadas por envolvimento. Porque quando se tenta combater um crime desse, a pena para os envolvidos é pequena , apenas um TCO e depois eles voltam a praticar os mesmos crimes. Se a polícia conseguir as provas de que se trata de formação de quadrilha, é mais fácil de conseguir uma punição mais severa”, contou Teles.

O delegado da PF em Patos Paulo Henrique Ferraz Lima, disse está aguardando a ordem para fazer operações repreensivas. “A justiça também diz que qualquer força policial que chegue a um local onde esteja sendo praticado o jogo, pode agir, prendendo os envolvidos e apreendendo os materiais usados nos jogos, mas não é fácil para fazer isso, por conta da clandestinidade que existe. Além disso, a polícia não dispõe de um efetivo de policiais suficientes para atender a demanda das necessidades da região. Só contamos com 22 funcionários para atender a 89 cidades e às vezes temos que dá prioridade a outras coisas por conta das nossas condições”, frisou Lima.

Segundo Paulo Henrique, é possível que a prática ilegal do jogo do bicho no Sertão tenha ligação com outras praticas criminosas, como trafico de drogas e lavagem de dinheiro. “O jogo do bicho é um local onde existe uma movimentação muito intensa de dinheiro, que gira de forma ilegal, e por isso é difícil para polícia rastrear esse dinheiro. Normalmente essas pessoas se comunicam com outros criminosos, como traficantes. O jogo ajuda claramente na lavagem de dinheiro proveniente de roubo a banco e tráfico de drogas. Acontece que essas práticas ilícitas se moldam a realidade de cada região. Podemos dizer que aqui no sertão o dinheiro lavado é usado na compra de imóveis, lojas e outras coisas e assim, o dinheiro vai sendo enraizado dentro do sistema financeiro e depois toma destinos que são difíceis de descobrir”, revelou o delegado.

Com reportagem de Daniel Motta no Correio da Paraíba

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