21 de outubro de 2012

A mulher e o poder no Alto Sertão


LENILSON OLIVEIRA

Com cinco mulheres eleitas como prefeitas de municípios da região do Alto Piranhas, em 07 de outubro, sem contar outras tantas que conseguiram se eleger como vice-prefeitas ou vereadoras, pode ser um indício de que o sexo feminino no sertão paraibano está mesmo querendo equiparar-se ao masculino em termos de poder político, administrativo e legislativo, uma vez que em termos de empreendedorismo, movimentos sociais, sindicais, culturais, etc, esta igualdade já é bem mais patente.

As vitórias de Denise Oliveira (Cajazeiras), Lucrécia Adriana (Joca Claudino), Cláudia Dias (Monte Horebe), Alderi Caju (Bonito de Santa Fé e Aurileide Egídio (Poço de José de Moura) para comandarem os destinos dos seus municípios, todas já com experiências administrativas, fossem como chefes do Executivo ou secretárias de governo, comprovaram que a população sertaneja – homens e mulheres – está cada vez mais liberta das amarras do machismo que até bem pouco tempo era predominante, sobretudo nas cidades interioranas.

Embalado, talvez, pela eleição da presidente Dilma Roussef em 2010, o sertanejo – também mais consciente sobre as discussões de gênero que se difunde mais a cada dia e com um eleitorado com grande percentual de jovens, com mais acesso à educação e à comunicação, sobretudo a Internet, com as suas redes sociais – parece disposto a protagonizar um novo fenômeno sociológico, antropológico e político, digno de objeto de estudo a quem possa se interessar, como alunos e professores dos inúmeros cursos de Ciências Humanas disponibilizados pela Universidade Federal de Campina Grande, Faculdade Santa Maria, Faculdade São Francisco e Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras (FAFIC).

Se uma relação mais consistente da mulher com o poder na sociedade brasileira como um todo não data de muito tempo – inclusive com direito à educação e à cidadania plena, como o exercício do voto, imagine no interior nordestino, marcado desde sempre por dogmas e costumes machistas, mais arraigados ainda nas pequenas cidades e comunidades rurais.

Aproveitemos, então, os bons ventos e torçamos para que as mulheres que ascenderam ao poder dêem o retorno social esperado pela população dos seus municípios, usando como arma principal a sensibilidade inerente a elas.

LENILSON OLIVEIRA É EDITOR DA REVISTA DESTAQUE E DO DESTAQUEPB

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