28 de outubro de 2012

Jerdivan Nóbrega, o obstinado escritor pombalense


CLEMILDO BRUNET

Seu aniversário é hoje 23 de outubro? Parabéns amigo véio Jerdivan Nobrega Araujo, um degrau a mais na sua vida, faz-nos lembrar da grande contribuição que o nobre pesquisador e escritor tem dado em todos esses anos, à História, Cultura e conhecimento para nossa gente. Parabéns, feliz Aniversário, amigo e parceiro do blog www.clemildo-brunet.blogspot.com  . Eis a nossa homenagem ao pesquisador e escritor “Jerdivan Nóbrega de Araújo”.

O que nos sugere colocarmos o título acima é justamente a maneira do humor sutil como Jerdivan escreve as histórias relacionadas a Pombal. Jerdivan nasceu aqui, viveu as décadas de 60 e 70, antenados aos acontecimentos, ouvindo histórias e acompanhando a política cultural da nossa terra. Nos seus escritos ele conseguiu abrir para nós a janela do tempo com suas crônicas de fácil entendimento.

Jerdivan Nóbrega de Araújo é filho do casal Félix Tavares de Araújo (In Memoriam) e Gildethe Nóbrega de Araújo. Formado em Direito, pesquisador profundo da história de Pombal, funcionário dos Correios e Telégrafos, membro efetivo do grupo de estudos Benigno Cardoso dArão, onde publicou diversos títulos, sempre com o apoio do diretor da coleção mossorense.

Com maestria de hábil escritor, Jerdivan sabe narrar fatos interessantes que envolvem pessoas, lugares, organizações e patrimônios históricos da velha Pombal. O Livro “Sob o Céu Estrelado de Pombal” fragmentos recompostos, “os relatos” diz Verneck Abrantes, na apresentação da obra: “São mistos de emoção, humor, clareza e marcados pela verdade dos fatos, assim, dar-se mais um significativo passo para a memória pombalense, ávida de registros, do contrário, poucos poderiam compreender o significado do amor que se tem pela terra, especialmente aquele que nela nasceu, viveu e um dia partiu”.

Já o autor nesse livro em um capítulo que tem o título Ganhando o Mundo sem Perder Pombal, ele conta em um trecho o sentimento de saudade e melancolia: “Não houve tempo de me despedir dos amigos. Ainda Chegamos a combinar um rubacão na oiticica de Ana, mas não foi possível”.

Na viagem ele fazia planos de sua vida na nova e estranha terra. E pensou em pelo menos passar dez anos sem vir a Pombal. E no final do capítulo arremata: “Esquecer o passado é morrer em vida. É negar a própria existência... Esquecer a cidade onde nascemos, os amigos, os folguedos e as peripécias de criança é se tornar parte das pedras que calçam as ruas. Eu quero que saibam que, mesmo longe, eu sempre estarei em cada esquina desta velha cidade”. Esse livro lhe rendeu uma moção de aplausos da Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba, propositura feita pelo Deputado Tião Gomes, filho de Pombal, no entanto, não é favorito de votos nessa região.

Na justificativa o deputado Tião Gomes disse o seguinte: “Jerdivan uniu a memória e a pesquisa para resgatar as histórias e os costumes do povo mais simples de Pombal” Ele destacou o livro como uma obra de grande importância para o Município: “É uma obra que serve não apenas como leitura de entretenimento, mas como de um documento vivo da história para as futuras gerações” declarou o parlamentar. Por sua vez, a Câmara Municipal de Pombal, prestou uma homenagem a Jerdivan, por ocasião do lançamento do livro no dia 03 de outubro de 1997, na Festa do Rosário de nossa cidade.

Na Tela do Cine Lux de Pombal, outra obra literária de Jerdivan.Esse teve o seu lançamento em Pombal no dia 02 de outubro de 2002, também por ocasião da Festa do Rosário. O Cine Lux que teve as suas portas fechadas em 1989, foi à razão maior das histórias contadas nesta obra.

Depois de uma luta renhida de onze anos, tentando o tombamento do Cine Lux de Pombal junto ao IPHAEP, não conseguindo êxito, Jerdivan resolveu escrever esse livro, depois de ver derrubado o prédio do Cine Lux, perdendo Pombal a chance de transformá-lo em Teatro, sendo enorme o prejuízo para nossa cultura.

Na história do livro, bêbados e loucos são colocados no lugar de Prefeito, primeira dama e vereadores, que como os políticos de verdade não puderam evitar que o velho cinema fosse destruído. Uma verdadeira sátira aos políticos de Pombal que deixaram o patrimônio artístico e cultural da cidade se transformar em pó,pois era hora, de se valorizar essa riqueza como atrativo do turismo sustentável. Jerdivan fez a apresentação do volume VIII da biografia do grande incentivador das artes: Vingt um Rosado Maia. Fez publicações de Crônicas nos Jornais: A União, Correio da Paraíba, O Norte e Correio das Artes e em 1998 “Os Trabalhadores em Correios e Telégrafos Vão a Luta”; o que identifica bem a área de seu trabalho no campo secular.

Mais recentemente, com Verneck Abrantes e Evandro Nóbrega fez a revisão crítica do livro “O Velho Arraial de Piranhas” (Pombal) do ilustre historiador Wilson Seixas Nóbrega. Por último foram lançados mais duas obras do autor: Em Algum Lugar Chamado Pombal tendo como parceiro o escritor Ignácio Tavares e A Saga da Cabocla Maringá.

Um buraco feito na parede da Igreja do Rosário trouxe indignação a Jerdivan, que vendo as fotos do absurdo e atendendo pedido de seu amigo Verneck, foi até o IPHAEP fazer a denuncia por escrito. Nada serviu. Não havia dinheiro para a fiscalização chegar a Pombal. Jerdivan viu aquele buraco na Igreja como um desacato aos nossos antepassados e derramou toda sua indignação em um texto enorme e cheio de raiva foi até o Jornal Correio da Paraíba, levando as fotos.

No dia seguinte estava tudo ali nas páginas do Jornal. Segundo Jerdivan, “o Padre revoltado mandou tapar o buraco, restando ainda à cicatriz para que chame atenção dos nossos jovens e nunca mais se repita tamanha insensatez.”

Jerdivan conta que outra luta foi para tirar as barracas de frente a Cadeia Velha. Diz Jerdivan: “Eu sabia que os comerciantes que ali se instalaram tinham aquilo como meio de sobrevivência, numa cidade onde se vive de emprego público, porém, não é justo usar este argumento para deteriorar a nossa história e o nosso patrimônio. Jerdivan então fez um texto para o Jornal o Norte, edição de 27/05/97, com o título: “Pombal e o IPHAEP”, onde denunciou a situação do Patrimônio Histórico de Pombal.

Em 28/06/97 o assunto foi ventilado novamente no mesmo Jornal. No mês de outubro a frente da Cadeia estava limpa, e aberta aos visitantes. Jerdivan ainda assistiu indignado a História de Pombal sendo transformada em pó, quando fez petição no IPHAEP, solicitando o tombamento do centro da nossa cidade, principalmente da Cadeia, Igreja, Sobrados e Cine Lux. A Resposta que recebeu é que não era possível enviar os engenheiros a Pombal, pois IPHAEP não tinha viaturas. “uma lástima, uma vergonha” sentenciou Jerdivan.

E Aí fica a pergunta: Onde estão os que se dizem representantes do povo de Pombal às Vésperas das Eleições? Resgatar o apito da Brasil Oiticica que se confundia com o gemido do Trem Asa Branca na curva do rói, foi reabrir uma janela fechada pelo tempo. Trazer nomes de pessoas que já não estão entre nós e que fizeram história nesse tempo passado, foi reabri um velho álbum de família que é o povo de Pombal.

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