O jornalista Nonato Guedes está ultimando a elaboração do livro “A Fala do Poder – Discursos comentados de governadores da Paraíba”, desde João Agripino, empossado em 1966 a Ricardo Coutinho, que se investiu no Palácio da Redenção em janeiro deste ano.
O prefácio será do ex-senador Marcondes Gadelha e caberá ao jornalista Linaldo Guedes, traçar um perfil do autor, na orelha do livro, que será publicado pela Forma Editorial, do especialista em marketing Carlos Roberto de Oliveira, com capa de Milton Nóbrega e editoração de Juca Pontes. Antes do carnaval, a obra será lançada ao público, inicialmente em João Pessoa e, depois, em outras cidades, entre as quais Cajazeiras, onde nasceu o jornalista.
“A obra, em certo sentido, tem um caráter inovador, porque além de enxertar a coletânea dos discursos de posse, conterá apreciação crítica a respeito do tom dos pronunciamentos, emprestando caráter didático ao conteúdo”, explica Nonato. Em princípio, o autor pretendia enfocar apenas os discursos de posse dos governadores eleitos pelo voto, mas acatou sugestões para incluir, também, os discursos correspondentes à fase das escolhas indiretas, na década de 70.
Nonato ressalta, na apresentação, uma observação do ex-governador Ernani Sátyro acerca do prestígio da fala do chefe de governo, tornando-se famosa a Fala do Trono, “em que tanto se esmerava o magnânimo imperador Dom Pedro II”. Na República, Epitácio Pessoa teve grandes momentos por ocasião de alguns discursos, e, na sequência, destacou-se Getúlio Vargas com sua saudação de forte entonação: “Brasileiros!”
Nonato diz que os discursos revelam estilos personalizados dos governadores, coerentes com sua filosofia e adaptados às épocas em que pontificaram no poder. De há muito ele cogitava analisar a essência dos pronunciamentos, e essa ideia ganhou inflexão com a exegese, transformada em livro, feita pela professora Edilene Gasparini Fernandes, da Unesp, que se debruçou sobre 14 discursos e lançou “A Palavra do Presidente – Análise dos discursos presidenciais de posse desde o golpe militar até Lula”.
Nonato afirma que, à primeira vista, há semelhanças na retórica do poder, mas o leitor atento perceberá sutis diferenças. Elementos como messianismo, religiosidade, apelo à colaboração popular, misturam-se com slogans de determinação e vontade política para a resolução de problemas. “O jogo de palavras, em qualquer circunstância, é fascinante. Melhor deixar que o leitor extraia suas conclusões mais intimistas”. Este será o primeiro livro assinado por Guedes, que foi co-autor de publicações como o “Jogo da Verdade”, uma reconstituição dos 30 anos do movimento militar de 64.
Jornal da Paraíba
Nenhum comentário:
Postar um comentário