Fundado em 2005 com a missão de ser mais uma opção para o torcedor cajazeirense, o Paraíba Esporte Clube iniciou a sua trajetória no futebol profissional com a fama de pé frio.
Nada mais compreensível. Em quatro tentativas de subir para a primeira divisão, o time sertanejo fracassou em todas – foi quarto colocado em 2007, vice-campeão em 2008 (só o primeiro subia), quarto em 2009 e terceiro em 2010.
Em 2011, a pressão era ainda maior. O Atlético, outro time da cidade, tinha sido rebaixado no ano anterior e só o Paraíba poderia recolocar o futebol de Cajazeiras de volta à elite. Por isso, a Segundona deste ano foi encarada como uma verdadeira Copa do Mundo.
- Se a gente não subisse desta vez, eu desistiria. Não colocaria mais o Paraíba para disputar a segunda divisão e ficaríamos disputando apenas os campeonatos amadores de Cajazeiras - revelou o presidente Tiko Miudezas.
Mas a história agora seria diferente. O clube tinha aprendido com os erros anteriores. Dessa vez, a estratégia mudou. Ao invés de formar uma seleção com jogadores que tinham jogado o Campeonato Paraibano – encerrado um mês antes do início da Segundona -, o Paraíba foi atrás de jogadores de outros Estados. Até o técnico Danilo Augusto foi uma tentativa de mudar.
- Contratamos a base do futebol cearense. Vieram jogadores de uns seis times de lá, que tinham acabado de disputar o Campeonato Cearense. Toda a comissão técnica, por exemplo, veio do Tiradentes - lembra Tiko.
O resultado foi uma campanha até certo ponto tranquila. O time venceu as três primeiras partidas do quadrangular (apenas quatro times estavam na disputa) e abriu uma vantagem importante. O acesso foi comemorado no empate em 2 a 2 com o Serrano, em Campina Grande, no jogo seguinte.
A partir daí, a meta era o título. Para isso, bastava um empate nos dois jogos seguintes, ambos diante de sua torcida. Na primeira tentativa, parecia que o velho estigma de pé frio voltaria a aparecer: derrota de 2 a 1 para o Flamengo. Mas, no jogo final, vitória de 2 a 1 sobre o Santa Cruz de Santa Rita. Vaga na elite e primeira taça da história do clube.
Para 2012, o Paraíba entra na disputa com um pensamento humilde. O mais importante, segundo o seu presidente, é se manter na primeira divisão, ganhar experiência.
- Não vou iludir o torcedor. Não temos time para ser campeão, para brigar pelo título. Mas queremos fazer uma boa campanha, se manter na primeira divisão e estruturar melhor o clube para os anos seguintes.
De qualquer forma, é bom os adversários não acreditarem muito nisso. A história do Paraíba mostra que o clube já tem aprendizado de sobra para surpreender já em seu ano de estreia.
Com reportagem de Expedito Madruga para o Globo Esporte PB
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