O vereador Moacir Menezes (DEM) requereu a realização de uma Sessão Especial para homenagear Luiz Gonzaga do Nascimento, o Rei do Baião, pela passagem do seu centenário de nascimento, que está sendo comemorado nacionalmente neste ano de 2012.
"A referida Sessão Especial poderá ser realizada no dia 20 de agosto, Dia do Maçom, numa parceria com as lojas União Maçônica Cajazeirense e José Rodovalho de Alencar, uma vez que o homenageado era maçom, tendo inclusive homenageado a ordem com a música “Acácia Amarela”. A Sessão Especial também poderá fazer parte das comemorações da Semana do Município. Aprovado o requerimento, solicito que seja enviado comunicado aos seus familiares em Exu-PE", observou o parlamentar
Justificativa
Segundo o vereador Moacir Menezes, Luiz Gonzaga do Nascimento foi uma das mais completas, importantes e inventivas figuras da música popular brasileira. Cantando acompanhado de sua sanfona, zabumba e triângulo, levou a alegria das festas juninas e dos forrós pé-de-serra, bem como a pobreza, as tristezas e as injustiças de sua árida terra, o sertão nordestino, para o resto do país, numa época em que a maioria das pessoas desconhecia o baião, o xote e o xaxado.
"Gonzagão, como também era conhecido, nasceu em Exu, Pernambuco, em 13 de dezembro de 1912. Foi um compositor popular. Aprendeu a ter gosto pela música ouvindo as apresentações de músicos nordestinos em feiras e em festas religiosas. Quando migrou para o sul, fez de tudo um pouco, inclusive tocar em bares de beira de cais. Mas foi exatamente aí que ouviu um cabra lhe dizer para começar a tocar aquelas músicas boas do distante nordeste", justificou Moacir Menezes.
Pensando nisso, Luiz Gonzaga compôs dois chamegos: "Pés de Serra" e "Vira e Mexe". Sabendo que o rádio era o melhor vínculo de divulgação musical daquela época (corria o ano de 1941) resolveu participar do concurso de calouros de Ary Barroso onde solou sua música “ Vira e Mexe” e ganhou o primeiro prêmio. Isso abriu caminho para que pudesse vir a ser contratado pela emissora Nacional.
Admirado por grandes músicos, como Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Raul Seixas, Caetano Veloso, entre outros, o genial instrumentista e sofisticado inventor de melodia e harmonias, ganhou notoriedade com as antológicas canções Baião (1946), Asa Branca (1947), Juazeiro (1948), Qui Nem Jiló (1949) e Baião de Dois (1950).
No decorrer destes vários anos, Luiz Gonzaga foi simbolizando o que melhor se tem da música nordestina. Ele foi o primeiro músico assumir a nordestinidade representada pela a sanfona e pelo chapéu de couro. Cantou as dores e os amores de um povo que ainda não tinha voz.
Nos seus vários anos de carreira nunca perdeu o prestígio, apesar de ter se distanciado do palco várias vezes. Os modismos e os novos ritmos desviaram a atenção do público, mas o Velho Lua nunca teve seu brilho diminuído. Quando morreu em 1989 tinha uma carreira consolidada e reconhecida. Ganhou o prêmio Shell de Música Popular em 87 e tocou em Paris em 85.
Seu som agreste atravessou barreiras e foi reconhecido e apreciado pelo povo e pela mídia. Mesmo tocando sanfona, instrumento tão pouco ilustre. Mesmo se vestindo como nordestino típico (como alguns o descreviam: roupas de bandido de Lampião). Talvez por isso tudo tenha chegado aonde chegou. Era a representação da alma de um povo. Era a alma do nordeste cantando sua história. E ele fez isso com simplicidade e dignidade. A música brasileira só tem que agradecer.
"Luiz Gonzaga era Cidadão Paraibano. O artista sempre frequentou a cidade de Cajazeiras, seja em shows em praça pública ou animando comícios em memoráveis campanhas políticas. Também era maçom e esteve presente na Área de Lazer Alcindo Xavier, por ocasião da sua inauguração, como consta da placa comemorativa. Entendemos que a homenagem a ser prestada por este Poder Legislativo é por demais justa, uma vez que o homenageado contribuiu de maneira significativa para o despertar da cultura brasileira, especificamente em Cajazeiras, cidade-palco de inesquecíveis apresentações. Solicitamos, ainda, a ampla divulgação da solenidade, para que artistas, personalidades e o povão que sempre o seguiu possam estar presentes, cabendo ao cerimonial esta tarefa", finalizou o vereador Moacir Menezes.
FAROL COMUNICAÇÃO INTEGRADA
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