30 de setembro de 2012

Para que serve um debate?


LENILSON OLIVEIRA

Um evento comum e salutar para toda e qualquer campanha eleitoral, em qualquer município ou em qualquer tempo, o debates políticos, normalmente promovidos por algum meio de comunicação ou entidade representativa da sociedade, poderiam e deveriam mesmo ser mais aproveitados pelos candidatos para exporem as suas propostas e melhor assimilados pelos eleitores, sobretudo por aqueles sem nenhum vínculo partidário ou de qualquer outra espécie.

Infelizmente, não é o que vem acontecendo, eleição após eleição, aqui, ali e alhures.

O que deveria servir para nortear o eleitor e encarado pelos agentes políticos como uma grande chance de convencer a todos de que se preocupam efetivamente com as aflições e necessidades populares e que tentarão encontrar as soluções para tais, o debate se transforma em embate muito antes de começar.

Desvirtuados, os debates assumem proporções de briga, de vitrines para contendas, para acusações mútuas, para provocações e baixarias, com direito a claques ensaiadas, envergonhando a quem esperava ouvir propostas e, até mesmo, prestação de contas por parte dos postulantes aos cargos públicos em questão.

Normalmente polarizado entre as forças mais tradicionais ou com mais robustez política, partidária e financeira, o debates – aqui, ali e alhures – terminam por perderem as suas essências e serem transformados em palanques, com direito a aplausos e vaias por parte dos seguidores, simpatizantes e assessores dos candidatos.

Ao invés de se munirem com suas cartas-propostas, deixando claras suas metas para a saúde, educação, agricultura, urbanismo, moradia, cultura e eventos, etc, os candidatos se armam com acusações contra os adversários, como se a única coisa que importasse para o eleitor fosse saber os “podres” de um e de outro.

Todos esses questionamentos conduzem a mais alguns, ao cerne do que foi discutido: para que serve um debate político, se não há mais sequer discussões ideológicas a serem travadas por agentes políticos que mudam de partido, igualmente sem ideologia definida, como se muda de roupa, ao sabor dos interesses próprios?

Para que serve um debate, se as discussões de ideias dão lugar às intrigas?

Para que serve um debate, se deveria orientar este ou aquele eleitor indeciso, por exemplo, mas que nada esclarece?

Afinal, para serve mesmo um debate?

EDITOR DA REVISTA DESTAQUE E DO DESTAQUEPB

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