18 de março de 2012

Falando sério!

Geraldo Bernardo

Ouço falar: “este é um ano de política”! Tão natural, como se o tempo todo não fosse movido por política. A falta de conhecimento do que se trata a política é tão grande e perniciosa que as pessoas se orgulham, aos montes, de “detestar política” ou, com o peito estufado, afirmam imponentes (com ar intelectual): “sou apolítico”!

Este sentimento favorece ao que há de pior na política, nivela pelo ruim a sociedade e o ato de fazer política. Isto traz danos irreparáveis a processo evolutivo de convivência humana. Por exemplo, há certo ar de “renuncismo” no cenário político que acho preocupante, pois, são os bons quadros que estão agindo assim, movidos pela frustação, sentindo-se alguns, dizem-nos nas coxias, decepcionados consigo mesmos, pelo fato de terem se doado tanto e realizado tão pouco.

Acho que devemos reagir, há uma boa reação da sociedade, a Lei da Ficha Limpa é um desdobramento deste movimento, devemos ousar ainda mais, expulsar (palavra forte, pois, forte é a ação), tomar o lugar do mau político, esticar a corda, cobrar mais eficiência e mais espaços de decisão.

Mas, precisamos fazer o Dever de Casa, sair às ruas além do protesto, organizar mutirões da cidadania, como? Não há receitas, contudo todos nós sabemos que podemos fazer mais pelo social. Basta uma hora de seu dia, faça uma palestra, separe o lixo na sua casa, use a paciência e não fure a fila, nem deixe ninguém fazer o mesmo, sei lá, inicie um movimento para limpar o terreno baldio de sua rua, enfim, mexa-se e pare de reclamar.

Aqueles que pensam em renunciar e outros que já o fizeram acreditaram num modelo que está ruindo, estamos fazendo o novo, alguns somos velhos militantes, calejados com tantas práticas espúrias, incólumes, o movimento social que resiste nos bastidores, sem buscar as luzes como fazem os falsos arautos.

Podemos ainda sonhar. Sem a utopia não se faz política, sem vocação missionária também não. Quem faz a “grande” política, na maioria, não aparece nos holofotes, não é este o objetivo. Os holofotes foram feitos para nós artistas, mas, servem a alguns tipos demagógicos e interesseiros. O alarde desta turma entristece a cena, mas como somos mambembes e mutantes estamos apenas ensaiando o grande “finale”.

De resto, tenho a sensação que “algo muito forte” está para acontecer, perspectivas otimistas estão à nossa dianteira. Sabendo que, este horizonte é fruto de uma militância do passado; que ainda há grande restolho conservador, carcaças de uma época de recessão, as nuvens escuras e as aves de agouro de hoje são as mesmas de outrora. Não é difícil vencê-las, já o fizemos diversas vezes.

Sejamos novamente dirigidos pela mesma paixão que move os carbonários de todas as épocas.

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...