7 de março de 2012

Ricardo Marcelo nega mas é cotado para Senado

Nonato Guedes

Em conversa com este repórter, no fim de semana, em Campina Grande, o presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Marcelo (PSDB), desconversou insistentemente sobre a hipótese de ser candidato a senador em 2014, mas fontes políticas que lhe são ligadas confirmaram que ele tem chances concretas de vir a entrar no páreo. O desfecho da disputa eleitoral para prefeito de João Pessoa, este ano, pode influenciar no futuro do parlamentar. Se Cícero Lucena for eleito para a cadeira de Luciano Agra, riscará do mapa qualquer pretensão senatorial em 2014. Se for derrotado, dificilmente terá cacife para se impor como postulante à reeleição ao Congresso.

Daí porque o prélio pessoense está sendo monitorado com atenção pelo dirigente da Assembleia Legislativa, que, inclusive, tem empreendido uma gestão surpreendente no Poder Legislativo e possui trãnsito em diferentes correntes políticas, graças ao estilo conciliador que adota. O que se apurou, concretamente, foi que Ricardo Marcelo não tem interesse em partir para a deputação federal, mas teria afinidade quanto ao pleito de senador. Ele conta com apoio de parlamentares e tem sido estimulado por prefeitos municipais a encarar o desafio majoritário. Teoricamente, abstraindo Cícero, o concorrente mais provável de Ricardo seria o vice-governador Rômulo Gouveia, atualmente filiado ao PSD, legenda que preside no Estado. Mas Rômulo cogitaria, no íntimo, figurar no mesmo posto numa eventual candidatura do governador Ricardo Coutinho à reeleição, sonhando com a ideia de ser governador em 2018 e credenciar-se a uma reeleição, com a desincompatibilização de RC para postular outro mandato.

Os cenários projetados por analistas políticos favorecem Ricardo Marcelo na equação majoritária em 2014, mas ele é cauteloso porque estará em jogo apenas uma vaga, justamente a que é ocupada, hoje, por Cícero, primeiro secretário da Mesa do Senado. O presidente da AL preocupa-se em adivinhar quem seria o seu virtual adversário na corrida por essa vaga, tanto no bloco das oposições como no próprio bloco de partidos responsáveis pela sustentação política do governo Ricardo Coutinho. Na qualidade de presidente da AL, Ricardo Marcelo tem adotado a postura do diálogo com os demais Poderes e do respeito à atuação dos companheiros, sem deixar de exercer a sua autoridade. Também tem prestigiado os funcionários da Casa e investiu na aquisição de uma nova sede para a Assembleia, a pretexto de que a atual não atende às demandas. A perspectiva é de que a AL venha a se instalar no Altiplano Cabo Branco.

Deputados do PMDB e do PT chegaram a elogiar, publicamente, o comportamento de Ricardo Marcelo, alegando que ele administra de forma colegiada e mantém uma postura de respeito às convicções de todos os integrantes da Casa Epitácio Pessoa. O equilíbrio demonstrado pelo presidente tem evitado clima de tensão entre as bancadas adversárias. O apego de Ricardo Marcelo à legalidade é destacado de forma indistinta, e se traduz no cumprimento das normas do regimento interno. Além disso, ele tem projetado a Assembleia com a realização de Seminários e palestras sobre temas da atualidade e de interesse público, além de possuir interlocução positiva com os representantes federais do Estado e marcar presença na Unale, a União Parlamentar Interestadual, que luta pelo fortalecimento das prerrogativas das Assembleias.

Publicado no Lana Caprina

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