CLEMILDO BRUNET
Fera em fazer amigos e conquistá-los. Referencial para os dias que vivemos, quando as muitas amizades são desfeitas ao ponto de se dizer: “Já não se tem amigos como antigamente”. Você Paulo não está nessa lista nefasta de esquecer seus amigos; pelo contrário, quem o conhece há de concordar comigo que suas amizades são prósperas e duradoras... É por esta razão que o meu raciocínio me diz: “você é um amigo mais chegado que um irmão”.
Você mais uma vez é alvo de homenagem em minha coluna e os motivos são bastante suficientes para que eu proceda deste modo. Este primeiro de setembro data de seu natalício deve ser comemorado com galhardia pelos seus amigos e por todos que te cercam, principalmente por sua adorável consorte e advogada Ana Rosa Monteiro Abrantes,digníssima companheira, cujo exemplo tem contribuído com garra e destemor na evolução polivalente e laboriosa como auxiliadora nas suas atividades do dia-a-dia.
Sua primeira obra literária “Fazenda Gado Bravo” é uma volta ao seu tempo de infância onde todos nós nessa recordação podemos mergulhar no “túnel do tempo” revivendo nossas origens, como diz Dr. Carlos Pereira de Carvalho e Silva em um trecho no prefácio: “A descrição das pessoas e dos fatos é rica e, algumas vezes, desce a detalhes, com tanta precisão, que nos coloca como participantes daquelas cenas, ainda que não tenhamos vivenciado experiências semelhantes... Livro que foi feito para ler e reler”.
Amigo, permita-me a ousadia de transcrever uma façanha escrita por você nesse livro de memórias de sua infância, trecho esse que achei bem interessante; momento de euforia, contentamento e vaidade de moço ainda bem jovem, por haver alcançado a formatura de Engenheiro Civil Pela UFPB na capital do Estado.
A nota do livro, Págs. 152 a 154...
... E nesse meio de alegres conquistas, eis que surgiu o nome do rapazelho que sonhava com uma formatura acadêmica e a sua volta, a passeio, para abraçar os velhos companheiros de ginásio e futebol. Formava-se em Engenharia com destaque louvável: Orador geral das turmas concluintes da UFPB...
Sem esquecer a promessa que fizera, relativamente a uma visita à sua terra natal e ao seu Gado Bravo – economizando sempre, comprou um automóvel, no qual viajou ao seu rincão. E tal, como prometera, no banco trazeiro do carro, pôs um pacote de cédulas, para a festança que traçara.
Chegou, finalmente, a Pombal. Buscou os amigos um a um: Fan Arruda, Antonio Alves (Cadaço), Iêdo Fontes, Piragibe, Tinda, Roberto Vilar (Bolas), Zé Ary, Genival Severo, Clemildo Brunet, Zé Costa, Sidney, Ridney, Kleber, Eudes, Sales, e Toinho Leite; Francisco e Luiz Monteiro, Paulo Ney e Romero, Chico Vieira, Moreirinha, Teinha, Edmivam Monteiro, Pedrinho, Chiquinho e Joãozinho Queiroga; Jamir e Netinho Mascena, Fragoso, Santana, Carrinho e Luiz Farias; Ugu e Toinho Ugulino; Pretinho, Dito, Toinho Almeida, Beca, Olívio e Bernardino Bandeira, Fernando e Raul Fernandes, Vavá, Wertevan Roque, Milico, Manoelzinho de Deca, Dodoca, Bicudo, Damião e amigos outros da Jovem Guarda. Levados para um lugar reservado, comeram beberam e relembraram coisas passadas, inclusive a promessa de que e ele voltaria para festejar o seu triunfo, o triunfo que seria também de seu pai e amigo – o velho Augusto.
Ao se despedir da antiga turma, um dos convivas gritou: Guarde esse dinheiro que está no banco trazeiro!
- Guarde-o você! Fica para uma nova brincadeira, respondeu o venturoso visitante em tom de brincadeira.
Estava assim materializado o sonho de Paulo Abrantes de Oliveira e cumprida a promessa de festejar em Pombal o seu triunfo profissional.
O livro “A Dama da Rua Estreita” que foi prefaciado pelo Poeta e Escritor pombalense José de Sousa Dantas, em um trecho assim está escrito: “Em A Dama da Rua Estreita – conjunto de relatos que formam esse romance está em ponto concentrado, todas as características e nuances do estilista e do ficcionista. Faz-nos assistir aos diálogos íntimos das suas personagens, diferenciados também segundo hábitos e interesses dominantes, que abordam tema campestre numa cidade histórica, rica de lendas, fatos e pitorescas personagens”.
Um relato de ficção, sobre Maria Sofia, uma mulher encantadora descendente de italianos, criada em Pombal, uma pequena cidade do interior. As estórias de lobisomem e assombrações que o autor ouvia falar na infância e adolescência. Um misto de ficção e realidade.
Por fim o Livro Riacho de Prata, nesse, você amigo, deu-me a oportunidade de fazer a apresentação: Crônicas que nos faz lembrar um tempo que reinava a candura, as coisas belas, o amor telúrico, a sensibilidade das pessoas, o gosto pela vida e a satisfação de se estar no campo. Ver os rios, riachos, as montanhas, as planícies, as árvores, o verde das campinas, ouvir o gorjeio dos pássaros e assistir a natureza incontinenti com o clarão dos relâmpagos e o estrondo dos trovões.
A alma sertaneja nordestina é retratada neste livro em sua singeleza e simplicidade. Riacho de Prata, foi escrito sob a inspiração da histórica cidade de Pombal, localizada no alto sertão da Paraíba, onde nasceu o autor. Neste livro ele revela detalhes de sua vida e a forma como ele vê e encara o mundo. Paulo reuniu 49 textos, distribuídos em seis partes distintas, incluindo cartas, poesias e comentários de escritores pombalenses e episódios pitorescos, de tipos populares de sua terra natal, velhos conhecidos do autor – que são personagens da paisagem de sua geração cheia de calor humano e muitas lembranças.
Paulo Abrantes nasceu em Pombal, Paraíba, em 01 de setembro de 1949. Ganhou evidência por sua trajetória de vida e personalidade. Formou-se em Engenharia Civil e Licenciatura em Ciências pela UFPB. Iniciou sua carreira em comunidades carentes no Mutirão de Bayeux e Renascer II, em Cabedelo.
Mostrou-se um talentoso administrador no cargo de Secretário de Obras e Diretor do DER/Sapé, cuja cidade lhe conferiu Moção de Aplausos e título de Cidadania. Membro da API – Associação de Imprensa da Paraíba e AAI – Associação Alagoana de Imprensa.
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