5 de outubro de 2012

Jornalista Lustosa da Costa morre em Brasília


Jornalista, escritor, poeta e, acima de tudo, sobralense. Era assim que Francisco José Lustosa da Costa se definia. Colunista do Diário do Nordeste, ele faleceu ontem em Brasília, vítima de um câncer de pulmão. A doença não impediu seu ímpeto produtivo, que fez com que publicasse até o seu último dia de lucidez sua colaboração neste jornal.

Ele será velado na Casa do Ceará e cremado, em Brasília. As cinzas serão trazidas para Sobral (CE). Único dos 11 irmãos a não nascer na cidade cearense - ele era natural de Cajazeiras (PB) -, Lustosa da Costa tinha grande admiração por Sobral, que inspirou várias textos e poemas. Dos 28 livros publicados pelo autor, sete deles têm o município da zona Norte como tema.

Trajetória
Lustosa da Costa foi colunista do Diário do Nordeste desde a inauguração da Sucursal em Brasília, em 1985. Leitor compulsivo, ele deu início aos seus estudos no Ginásio Sobralense. Mais tarde cursou a Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará.

Jornalista profissional, foi editor - chefe do "Unitário" e do "Correio do Ceará", em Fortaleza, e repórter político da sucursal de "O Estado de S.Paulo" e do "Jornal da Tarde", em Brasília, durante 14 anos.

No magistério, mais uma de suas paixões, Lustosa da Costa destacou-se como professor de Sociologia do Centro Educacional do Ceará, hoje Instituto de Educação do Ceará, entre 1964 e 1966. Também foi professor de Sociologia do II Curso Livre de Jornalismo, realizado pela Universidade Federal do Ceará, pela Associação Cearense de Imprensa e pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Ceará, em maio de 1965.

Política
Na vida pública, foi o candidato a deputado federal pelo MDB do Ceará mais votado em Fortaleza em 1966. Em 1978, candidatou-se a suplente de senador pelo MDB do Ceará.

Na abertura de sua última coluna publicada no Diário do Nordeste, Lustosa afirmou mais uma vez sua paixão por Sobral.

O deputado federal Mauro Benevides (PMDB) disse que Lustosa da Costa foi um dos mais brilhantes intelectuais de sua geração, deixando patenteado, em sua coluna no Diário do Nordeste e em numerosas obras que publicou, principalmente o que dizia respeito à historiografia sobralense. "Perdeu o Ceará um homem de pena cintilante que honrou as nossas mais caras tradições culturais", disse.

O advogado e escritor Edmo Linhares afirmou que perdeu um grande amigo. "Era um intelectual e, sobretudo, um amigo sincero, leal e fraterno. Como sobralense, me sinto feliz em ter sido seu conterrâneo, apesar de ele ter nascido em Cajazeiras, mas adotou Sobral como sua terra natal. Ele era um grande divulgador da cidade e como contador de causos, sua obra ficará na memória de todos os cearenses", declarou Linhares.



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