Aquela história de que no Brasil o ano só começa depois do Carnaval é levada ao pé da letra em Cajazeiras, no sertão paraibano. Lá, onde se diz que a cidade ensinou a Paraíba e ler, pendências junto aos professores e ao fornecimento de merenda escolar obrigaram à prefeitura a adiar o início das aulas para o dia 27 de fevereiro, uma semana depois do feriado carnavalesco.
O pior é que os alunos de Cajazeiras nem tem tanta segurança de que vão voltar a estudar no dia marcado. É que os professores da rede pública municipal, reivindicando o pagamento em dia dos salários, que estão sendo pagos com atrasos desde a Era Léo Abreu, e ainda a instituição do Piso Nacional, tem uma assembleia no dia 24 para decidir se paralisam ou não as atividades.
“Estamos na luta porque nenhum gestor da nada de graça aos professores. Estamos reivindicando o pagamento dos salários em dia e ainda a instituição do Piso. É a assembleia que vai decidir pela volta às aulas”, declarou Elinete Lourenço, presidente do Sindicato dos Professores em Cajazeiras.
Mas não é apenas com os professores que o jovem prefeito Carlos Rafael (PTB) vem enfrentando problemas. A prefeitura vem encontrando dificuldades de pagar a folha em dia. Os salários de dezembro só foram pagos quase que no final de janeiro e os de janeiro ainda não foram pagos, à exceção do pessoal da educação. Diversas categorias já ameaçaram entrar em greve.
Enquanto isso, na terra que ensinou a Paraíba a ler, o Carnaval, com dezenas de atrações, algumas de dimensão nacional, está garantido.
Alguns servidores já chegaram a provocar o Ministério Público para que a prefeitura pague os salários atrasados com os altos cachês que irão para as bandas.
Se soubessem que o cenário atual chegaria a esse ponto, no lugar de aprender a ler, os servidores públicos de Cajazeiras teriam aprendido a tocar.
Do Blog do Luís Tôrres
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